Joogi Hato, Deputado Estadual (PMDB)
De olho nele!
Garupa poderá ser proibida em São Paulo caso lei
seja aprovada (Foto: Juliana Cardilli/G1)
seja aprovada (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta terça-feira (22) o projeto de lei que proíbe garupas em motocicletas nos dias úteis da semana. Se sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, a lei irá valer apenas nas cidades paulistas com mais de 1 milhão de habitantes, como São Paulo e Guarulhos.
O projeto de número 485 também torna obrigatória a fixação do número da placa da moto no capacete e em coletes. Os caracteres devem estar legíveis e em cor fluorescente para que possam ser vistos inclusive durante a noite. Quem descumprir as determinações receberá multa de R$ 130.
Segundo o deputado Jooji Hato (PMDB), autor da lei, os objetivos são diminuir os acidentes e combater o crime. “A maior parte dos assaltos no trânsito é feita por garupas. O garupa com o visor escurecido ou espelhado não é identificado e, com a moto, foge em alta velocidade”, disse. A lei não valerá para cidades pequenas, onde o número de acidentes e de assaltos envolvendo motociclistas é menor.
Caso seja aprovada pelo Executivo, a lei, de acordo com o deputado, irá beneficiar a polícia. “O policial vendo dois na moto já aborda. Quero ver se os marginais vão assaltar a pé, de bicicleta ou de carro.”
Questionado sobre os motociclistas sem intenções criminosas, que costumam levar parentes e amigos para passear, o deputado afirmou: “Quem usa para o lazer não será prejudicado. Terá os fins de semana e os feriados para andar de moto na garupa”.
Opinião
Rodrigo Caldas
É mais cômodo proibir e multar do que investir e gastar mais em segurança e policiamento. Segundo Joogi Hato: "Os parentes de quem tem moto não devem usar a garupa para ir ao trabalho, pois devem usar o transporte correto para isso que é o transporte público". Esse deputado e seus familiares diariamente usam nosso transporte público? Claro que não! Se ele tivesse conhecimento de como é a qualidade desse serviço para a população, principalmente de regiões periféricas, que levam em média duas horas para chegarem ao serviço e transportam as pessoas como animais de carga, ele jamais emitiria esse tipo de opinião. É um total desconhecimento da realidade e do dia-a-dia da nossa população.
Usar moto para lazer é visar apenas o bem estar de uma minoria que tem dinheiro para tirar a sua moto importada da garagem nos finais de semana. Os trabalhadores em sua maioria não têm direito algum, prova-se mais uma vez como nossos políticos em certos momentos trabalham de forma exclusivamente elitista. Resta-nos aguardar que essa ideia discriminatória não seja colocada em prática, pois seria um grande retrocesso dentro da nossa sociedade.
Este blog é meramente uma ferramenta para ajudar nossa memória para as futuras eleições.
Temos que lutar por uma sociedade melhor. Acorda São Paulo!