segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DE OLHO NELE, JOGI HATO


Joogi Hato, Deputado Estadual (PMDB)
De olho nele!

Paulo Toledo Piza
Do G1 SP

Garupa poderá ser proibida em São Paulo caso lei seja aprovada (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Garupa poderá ser proibida em São Paulo caso lei
seja aprovada (Foto: Juliana Cardilli/G1)

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta terça-feira (22) o projeto de lei que proíbe garupas em motocicletas nos dias úteis da semana. Se sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, a lei irá valer apenas nas cidades paulistas com mais de 1 milhão de habitantes, como São Paulo e Guarulhos.
O projeto de número 485 também torna obrigatória a fixação do número da placa da moto no capacete e em coletes. Os caracteres devem estar legíveis e em cor fluorescente para que possam ser vistos inclusive durante a noite. Quem descumprir as determinações receberá multa de R$ 130.
Segundo o deputado Jooji Hato (PMDB), autor da lei, os objetivos são diminuir os acidentes e combater o crime. “A maior parte dos assaltos no trânsito é feita por garupas. O garupa com o visor escurecido ou espelhado não é identificado e, com a moto, foge em alta velocidade”, disse. A lei não valerá para cidades pequenas, onde o número de acidentes e de assaltos envolvendo motociclistas é menor.
Caso seja aprovada pelo Executivo, a lei, de acordo com o deputado, irá beneficiar a polícia. “O policial vendo dois na moto já aborda. Quero ver se os marginais vão assaltar a pé, de bicicleta ou de carro.”
Questionado sobre os motociclistas sem intenções criminosas, que costumam levar parentes e amigos para passear, o deputado afirmou: “Quem usa para o lazer não será prejudicado. Terá os fins de semana e os feriados para andar de moto na garupa”.


Opinião

Rodrigo Caldas

Em entrevista Joogi Hato afirma que: "A maioria das motos que levam passageiros nas garupas é para cometerem crimes". Se esse argumento é verdadeiro por que atualmente essas motos já não são abordadas pelo policiamento da cidade? No final observamos o tamanho absurdo que impera nas ações dos nossos políticos que acreditam nesse tipo de medida que só vem para prestar um desserviço a sociedade. Cada vez mais o trabalho deles foca limitar nossos direitos enquanto cidadãos, mesmo com o pagamento caro de altas taxas de impostos.
É mais cômodo proibir e multar do que investir e gastar mais em segurança e policiamento. Segundo Joogi Hato: "Os parentes de quem tem moto não devem usar a garupa para ir ao trabalho, pois devem usar o transporte correto para isso que é o transporte público". Esse deputado e seus familiares diariamente usam nosso transporte público? Claro que não! Se ele tivesse conhecimento de como é a qualidade desse serviço para a população, principalmente de regiões periféricas, que levam em média duas horas para chegarem ao serviço e transportam as pessoas como animais de carga, ele jamais emitiria esse tipo de opinião. É um total desconhecimento da realidade e do dia-a-dia da nossa população.
Usar moto para lazer é visar apenas o bem estar de uma minoria que tem dinheiro para tirar a sua moto importada da garagem nos finais de semana. Os trabalhadores em sua maioria não têm direito algum, prova-se mais uma vez como nossos políticos em certos momentos trabalham de forma exclusivamente elitista. Resta-nos aguardar que essa ideia discriminatória não seja colocada em prática, pois seria um grande retrocesso dentro da nossa sociedade.

Este blog é meramente uma ferramenta para ajudar nossa memória para as futuras eleições.
Temos que lutar por uma sociedade melhor. Acorda São Paulo!